9 de agosto de 2009

Pai, o grande Pitombo. Que falta eu sinto de você.....

Já faz 4 anos que voce partiu.

É impossível esquecer daqueles momentos tão amargos e triste. Você sabia que sua história estava chegando ao fim. Por muitas vezes dizia que não via mais sentido para as coisas, mas não tinha noção a falta que iria fazer.

Hoje, dia dos pais, gostaria de te homenagiar publicamente. Os que são mais próximos já conhecem sua história acadêmica e pessoal.

Aos domingos, como no dia de hoje, , após o cumprimento do ritual do café da manhã de deixar a mesa do café posta, pão quentinho, café passado e leite quente na leiteira, você se dirigia a salinha de TV sentava naquela cadeira que já havia pertencido a outro grande homem, vovô Raul, pegava seu jornal que durante muito tempo foram vários (Folha de São Paulo, Estadão, o Jornal do bairro e qualquer outro que aparecesse), acendia o cachimbo e se deleitada com as notícias. Não permitia que pegassem o jornal antes de você e se caso acontecesse teria que deixar do jeito original com a impressão de imaculado.


O sol entrando pela janela, o ar fresco da manhã, um cachorro latindo ao longe sinalizando a quietude do domingo. Aos poucos iam acordando os membros da casa um a um e para cada um expressava uma palavra de carinho esboçada com o cachimbo entre os dentes.

Chegaram os netos e a história se repetia com a calma e delicadeza em que dirigia as palavras, apesar de seus quase dois metros de altura.

Nem sempre você era suave, mas o que importa isso agora... deixou de ser importante por que fazia parte do papel, não é?


Quantas histórias....quando estive em Maceió lembrei-me de que contava que morou lá uns tempos por causa do vovô Justino.

Quantas idas a USP no laboratório para que fizesse "sangue de diabo" ou vulcão. Era tudo muito mágico e misterioso. Te acha um cientista maluco no meio dos tubos de ensaio, pipetas e muitas tabelas peródicas. O cheiro era caracteristico jamais esquecerei.

No momento em que finalizei os agradecimentos na minha arguição de mestrado, essa era uma outra cisma sua, defesa somente de douturado, não é?! Relatei a minha dedicatória em que homenagiava os homens e mulheres da minha vida e voce foi aquele homem em que tive o primeiro contato que penteava meu cabelo após o banho, por volta dos meus 3 anos de idade e que me mostrou, indicou, brigou, discutiu, bateu - e que medo tinha da sua mão!!!! Era um "psico-tapa" em fim mostrou um caminho que hoje procuro passar aos meus filhos.

Só posso dizer.....SAUDADES!!!!!




Homenagem que o Instituto de Quimica da USP fez para o meu pai relatando um pouco da vida profissional.
http://www2.iq.usp.br/fundamental/pdf/InMemoriamPitombo.pdf

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