Lendo a matéria na revista Exame de 15/12/2010 “Quanto vale a imagem de uma empresa” fiquei pensando sobre o que exatamente isso representa para o universo empresarial, corporativo e de negócios.
Alguns pontos me causaram inquietação, primeiro pela minha formação de Relações Públicas em que o valor ou o que a imagem representa para uma organização é a essência pela qual buscamos trabalhar e com o objetivo de tentar alcançar maior ganho para todos – empresa, consumidores/clientes – sociedade.
O que será que move as organizações que sempre ao se falar em imagem e/ou reputação somente é levado em consideração o valor financeiro que ela tem no mercado? A única explicação que consigo visualizar e me lembrando de sabias palavras proferida por uma professora em que afirma com toda sua intensidade que é a maneira pela qual as organizações se relacionam e proferem seus discursos envoltos por paixões.
Dessa maneira esses discursos são palco em que as paixões humanas se fazem presente e que são pautadas por conflitos. Por um lado temos ações pautadas em paixões coletivas como glória e honra e por outro temos as ações para obtenção de lucro que envolve paixões como avareza.
Avareza no dicionário Aurélio tem os significados - excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação. Falta de generosidade; mesquinhez. Ainda temos que a avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro, ganância. Mas existe também avareza por informação ou por indivíduos.
Agora consigo entender mais claramente o porquê da Telefônica não se preocupar em fazer parte das 20 empresas de pior reputação. O que a move é a mais pura avareza em que o lucro é tão somente seu objetivo primordial. Será que algum dia ela será visitada pelos fantasmas de Ebenezer Scrooge do Conto de Natal de Charles Dickens? Quem sabe? Isso é uma outra história.
Como é possível construir a imagem e/ou reputação de uma organização somente pelo que ela representa com seus lucros e negócios? Com um modelo ( e americano adora modelos) a ser seguido, ainda fazendo parte dessa matéria da revista Exame, poderemos ver os passos “Como se constrói uma Boa Reputação – os fatores que pesam na formação da imagem de uma empresa” em sete pontos:
1º. Invista em qualidade – isso não deveria ser cotado como requisito e sim fazer parte da política da empresa.
2º. Atrele a reputação ao bônus – de quem? Do cliente? Do colaborador? Mais uma vez voltamos à questão da avareza, por que atrelar a isso?
3º. Dê ouvidos aos problemas – não só, mas a tudo que ocorre na empresa. Boas práticas, melhorias, críticas internas e/ou externas, um ombudsman, ouvidoria e SAC. que realmente cumpram o seu papel.
4º. Mostre a cara – mostrar quem é e o que pretende. Investir em ações de comunicação – não somente propaganda, mas utilizando todas as ferramentas possíveis da comunicação social.
5º. Fale para todos e não só para um público – relacionamento é a palavra desse milênio o foco deixou de ser somente mercadológico, mas de interação.
6º. Use a força da tradição – nesse ponto não concordo muito, pois existem empresas com boa reputação e que são novas no mercado, mas para aquelas que já estão há algum tempo sem duvida poderá ser um atributo considerável.
7º. Não subestime a emoção – nenhuma emoção deverá ser subestimada, mas volta-se ao apelo aos consumidores. E não serão somente estes que poderão manifestar suas emoções.
Para quem é da área de comunicação, em especifico Relações Públicas, conhece muito bem o que é necessário para que seja trabalhada a reputação da empresa, muito mais que a imagem.
O segundo ponto que colocarei se refere à pesquisa em si, por que buscar uma empresa americana para verificar a reputação da empresas brasileiras? Será que ela consegue ter o mesmo tipo de olhar que nós? Ou por que ela é AMERICANA?



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